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História

Nos alvores do século XIX, Portugal vivia em tumulto. As Invasões Francesas, a fuga da corte para o Brasil, a perda de soberania sobre o Brasil e a luta fratricida entre D. Pedro e D. Miguel deixaram o estado português à beira da bancarrota. Descapitalizada, a Coroa Portuguesa dispôs-se a vender uma enorme extensão de património fundiário, constituído por parte considerável das lezírias dos rios Tejo e Sado, que foram compradas, em 1836, pelo preço de dois mil contos, por um conjunto de capitalistas que juntos formaram a Companhia das Lezírias do Tejo e Sado. A propriedade totalizava quarenta e oito mil hectares e, dada a sua vastidão, foram criadas administrações em Vila Franca de Xira, em Samora Correia, em Valada, na Golegã e na Comporta.

O testemunho de actividade coudélica na Companhia das Lezírias, data certamente da sua fundação, 1836, uma vez que os Relatórios da Direção, até 1841, referem simplesmente a cavalar como única espécie pecuária existente até essa altura, na então designada Companhia das Lezírias do Tejo e Sado. Em 1896, os registos enumeravam um efetivo cavalar de 331 animais, existindo já, de alguns deles, registo detalhado das respetivas genealogias, os quais se encontram atualmente no arquivo da Coudelaria, no Monte de Braço de Prata. De referir como nota que, nas contas apresentadas pela Direção em 1899, o gado cavalar apresentavam um lucro líquido de 7.851$054 réis.

Em 1905, quando a Companhia das Lezírias participou - com exemplares das raças Hackney, Luso-Árabe, Bético-Lusitana e Peninsular - na exposição da Associação Central de Agricultura Portuguesa e arrecadou vários prémios, já era perceptível alguma preocupação com a seleção do seu efetivo, no entanto, os indícios de uma clara orientação zootécnica, somente se tornaram evidentes em 1929, quando foram inscritas setenta e duas éguas pela Comissão Técnica de Remonta do Exército, no Registo de Éguas Produtoras.

Os reveses climáticos, económicos e políticos, em que é fértil a História de Portugal, fizeram com que a Empresa fosse nacionalizada com o 25 de Abril e a propriedade se fosse reduzindo até menos de metade do seu tamanho inicial, contando hoje com cerca de 19 000ha. 

Em 1976, numa clara opção por animais de Raça Lusitana, adquiriram-se éguas Ervideira, Duarte de Oliveira e Sociedade Agrícola Couto de Fornilhos, que, juntamente com as já existentes, foram sendo padreadas pelos garanhões disponibilizados na altura pelo Depósito de Garanhões, que o Serviço Nacional Coudélico mantinha na estação Zootécnica Nacional, situada na Fonte Boa.

Na década de 80, a Companhia das Lezirias evoluiu de Empresa Pública para Sociedade Anónima de capitais maioritariamente públicos, situação que ainda hoje se mantem e que permitiu que por volta de 1983, aproveitando a excelente base genética feminina entretanto desenvolvida, se decidisse optar pela introdução de padreadores de outras linhagens, procurando melhorar as formas - buscando fundamentalmente uma maior finura dos produtos - e a funcionalidade, tendo havido a partir daí, a preocupação em selecionar garanhões das melhores linhagens.

Atualmente a Coudelaria da Companhia das Lezírias, fruto da política de seleção que tem sido seguida e cujos princípios orientadores são a funcionalidade em conjugação com a morfologia e andamentos, tem dado origem à obtenção de produtos de elevado nível e reconhecida qualidade, como atestam os diversos prémios conquistados nos principais concursos de Modelo e Andamentos, bem como os resultados obtidos por alguns dos seus produtos, fundamentalmente nas disciplinas de Equitação de Trabalho e Ensino, patenteando assim a graciosidade e funcionalidade que presentemente os caracteriza.

 

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É também notória a funcionalidade dos produtos CL, pela quantidade de animais, maioritariamente fêmeas, que atualmente servem nos Esquadrões da GNR, não só nas suas actividades diárias, como no âmbito desportivo.  

Hoje a Coudelaria, com um efetivos de 16 fêmeas de ventre, dedica-se em exclusivo à criação de animais de raça Puro-Sangue Lusitano, cujos produtos normalmente comercializa entre os 3 e 4 anos de idade já desbastados, tanto no mercado interno como externo.

As instalações da Coudelaria estão situadas na Charneca do Infantado, no Monte de Braço de Prata - E.N.118 - km 29,3 - Porto Alto - Samora Correia – Benavente (38º 52’ 46.00’’ N – 8º 51’ 46.23’’ O) – onde habita o seu efetivo reprodutor e se procede ao desbaste e ensino, sendo as recrias de machos e fêmeas efetuadas nas férteis terras da Lezíria de Vila Franca de Xira.

ANIMAIS COM MAIOR DESTAQUE

  • LAFÕES – Campeão de Campeões Feira Nacional do Cavalo – Golegã 1996
  • NUFAR - Campeão de Campeões Feira Nacional do Cavalo – Golegã 1997
  • LOFE – Vencedor da taça de Portugal 1999; Campeão Ibérico – Avignon 2003; Solista do espetáculo internacional "APASSIONATA" - 2004/05 e HOMMAGE 2005/07, com Luísa Valença e Campeão de Itália de Ensino 2002 e 2003, Small Tour, com Eva Rosenthal.             
  • PERFEITA – Égua de Ouro Expoégua – Golegã 2005
  • QUEFINA das Lezírias – Campeã Fêmea e Campeã de Campeões - International Lusitano Keuring – Holanda 2010
  • HASA das Lezírias – Campeã Fêmea e Campeã de Campeões, Festival Internacional do Cavalo PSL 2014.
  • QUELINDO – Campeão da Holanda de Ensino 2016 Nível Z/ZZ (Nível 4)
  • ZINQUE das Lezírias – Campeão do Mundo Individual de Equitação de Trabalho 2018, com Gilberto Filipe.
  • NUELO das Lezírias – Campeão Macho e Campeão de Campeões, Feira do Cavalo de Ponte de Lima 2018.
  • BISO das Lezírias – Apurado para integrar a Equipa Brasileira de Ensino nos Jogos Pan Americanos 2019, montado pelo cavaleiro Olímpico João Vítor Oliva